Guia Mensal de Oração do MLS

Este recurso é um guia para os membros do nosso movimento usarem coletiva ou individualmente a cada mês. Todos os meses, este guia de oração traz reflexões e testemunhos de diferentes membros do nosso movimento global para inspirar você a orar, contemplar, refletir e agir pela criação. A edição deste mês foi preparada por Cheryl Dugan, Adrian Tambuyat e Reynaldo Raluto, das Filipinas; com o apoio de Suzana Moreira, do Brasil; o trabalho estratégico de Guada Corigliano, da Argentina; e o design de Marco Vargas, do Equador, além do trabalho de outros membros da equipe de Comunicação espalhados por todas as Américas e tradutores de todo o mundo.

 

Se desejar, pode descarregar este recurso em formato PDF, clicando aqui.

 
Como usar este guia de oração para um encontro

Este ano estamos fazendo algumas alterações neste guia para que ele possa ser um apoio melhor para você e sua comunidade. Aqui estão algumas dicas sobre como usá-lo para estruturar um encontro:

 

  1. Leia o guia completo para se familiarizar com o conteúdo e planejar como você vai usá-lo no encontro.
  2. Faça o encontro em três etapas: Ouvir o Canto da Criação, Ouvir o Grito da Criação e Ouvir o Chamado da Criação, priorizando o tempo de oração comunitária, o silêncio contemplativo e a reflexão pessoal e compartilhada.
  3. Após o encontro, lembre-se de agradecer aos participantes e começar a planejar o próximo, além de continuar em oração durante todo o mês com a intenção de oração daquele mês.

 

 

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Ouvindo o canto da Criação

Pela nossa capacidade de ouvir verdadeiramente e nos conscientizarmos das diferentes dimensões da crise climática

“Por isso, não pensemos só na possibilidade de terríveis fenômenos climáticos ou de grandes desastres naturais, mas também nas catástrofes resultantes de crises sociais” (LS 204).

Acampamento Libona em Bukidnon, Filipinas. Foto: cortesia de Lupad Studios

 
Lágrimas da Criação (do Livro de Orações do MLS)

Senhor Jesus,
através da Tua encarnação

Compartilhaste as lágrimas da criação
que “geme e sofre as dores do parto” (Romanos 8, 22)

Tomaste parte na fragilidade humana
na injustiça climática,
em nossos medos e em nossas preocupações.

Quando a angústia tenta prevalecer
sobre os povos oprimidos e sobre nós,
pedimos-Te que tragas 
a Tua presença amorosa aos nossos corações,
para redescobrirmos o propósito
da nossa presença no mundo.

Amém

 

 

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Ouvindo o grito da Criação
Reflexão mensal para aprofundar a nossa conversão ecológica

A centelha do ativismo ambiental
Pe. Reynaldo D. Raluto
Pároco da Paróquia Jesus Nazareno
Libona, Diocese de Malaybalay, Filipinas
MLS Filipinas

Minha conversão ecológica não ocorreu num único acontecimento. Ela começou no contexto de dois eventos cruciais de ativismo ambiental na Diocese de Malaybalay. O primeiro foi em julho de 1987, quando, como seminarista menor, testemunhei os paroquianos pobres de San Fernando (Bukidnon) organizarem um piquete contra as empresas madeireiras que operavam na sua bacia hidrográfica. O protesto deles pressionou com sucesso o governo para colocar toda a província de Bukidnon sob uma moratória de exploração madeireira em 1990, mas um dos nossos padres diocesanos, Nery Lito Satur, foi brutalmente assassinado em 14 de outubro de 1991 por cumprir zelosamente esta lei.

O segundo aconteceu em novembro de 1999, alguns meses antes da minha ordenação presbiteral, quando testemunhei uma coalizão de grupos da sociedade civil formarem estrategicamente uma série de barricadas humanas para impedir que uma frota de caminhões madeireiros passassem pelas estradas de Bukidnon. Felizmente, o processo judicial entre a empresa madeireira e os manifestantes da sociedade civil chegou ao Supremo Tribunal, que finalmente decidiu a favor dos manifestantes.

Olhando pelo retrovisor, percebo que a minha experiência de ativismo ambiental moldou a minha vocação de maneira crucial e impulsionou o meu ministério sacerdotal a abraçar uma comunidade inclusiva: ser um padre cura (ou seja, um padre que se preocupa) com os pobres e com a terra. Estes acontecimentos também me fizeram perceber que os sacerdotes são chamados a cuidar não só da comunidade das pessoas humanas (cura personalis), mas também da comunidade mais abrangente da Terra (cura terrae).

Nas Filipinas, há um movimento contínuo não só para enraizar novamente as nossas Comunidades Eclesiais Bases no contexto fundamental das comunidades humanas, mas também para alargá-las, tornando-as comunidades ecológicas de base. É claro para nós que abraçar uma perspectiva ecológica de comunidade não significa abandonar as lutas existentes pela libertação humana, mas sim completá-las.

Sou grato por ter tido a oportunidade de fazer teologia no contexto da opção das pessoas de lutar pela libertação humana e ecológica, o que é claramente um “sinal dos tempos” positivo. Na experiência filipina, esta luta holística pela libertação originou-se estrategicamente nas bases rurais, cuja sobrevivência diária depende inteiramente da providência da natureza. Assim, no espírito da sinodalidade, é imperativo que os teólogos vivam o mais próximo possível delas, para poder “ouvir as batidas do seu coração” e acompanhá-las no seu caminho rumo à plenitude da vida.

Meu compromisso pastoral com os pobres revela que as comunidades de base das zonas rurais têm uma proximidade singular com a natureza, o que lhes permite ter uma capacidade mística mais desenvolvida para ouvir o “grito da Terra”. No contexto da crise climática atual, seu grito por justiça ecológica é sua forma de erguer as vozes não ouvidas de inúmeras vítimas ecológicas. Assim, do ponto de vista ecológico, a escuta do grito dos pobres e do grito da Terra são logicamente inseparáveis.

Deslizamento de terra em uma vila de mineração de ouro que ceifou quase 100 vidas em Davao de Oro, sul das Filipinas. Capturado de imagens aéreas de Renante Naparan AFPTV/AFP

Perguntas para reflexão
  • Reserve um momento para relembrar uma catástrofe ambiental específica que impactou você em sua jornada de conversão ecológica. Observe como você se sente ao se lembrar desse evento. Pense nas criaturas que podem ter sido afetadas por essa catástrofe, tanto humanas como não humanas. Observe as sensações físicas em seu corpo ao refletir sobre as diferentes dimensões deste evento e faça uma oração por quaisquer consequências que ainda possam estar presentes por causa dele.
  • Condições meteorológicas extremas levam a extrema agitação social, juntamente com muitas outras consequências para a estrutura da sociedade. Por vezes, quando lutamos para encontrar uma solução para a crise climática ou ambiental, ela pode ser encontrada ao olhar de um ponto de vista diferente. Reflita sobre como você pode criar encontros com diferentes pessoas para compartilhar, ouvir e aprender uns com os outros, compartilhando diferentes pontos de vista e pensando coletivamente em soluções criativas para os problemas presentes na sua região.
  • Ao celebrarmos o Tempo Pascal este mês, lembremo-nos que Cristo redimiu todo o cosmos, tanto a comunidade humana como a comunidade da Terra. Pense em maneiras concretas pelas quais você ou sua comunidade podem ouvir melhor as diferentes dimensões da crise climática no local onde vivem e reserve um tempo para discernir pelo menos três passos concretos que vocês podem tomar para curar os gritos da Terra e dos pobres.

 

 

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Ouvindo o chamado da Criação
Chamado à ação deste mês:
Feliz Páscoa!

Cristo, o Redentor de todo o cosmos, ressuscitou! Que a alegria e a esperança da Ressurreição encha os nossos corações de amor, paz e esperança. Estes são os votos do Movimento Laudato Si’.

 

Em breve: Prepare-se para os encontros durante a Semana Laudato Si’

A Semana Laudato Si’ 2024 já tem data e tema! Como todos os anos, celebramos o aniversário da Laudato Si’ durante uma semana inteira. Será de 19 a 24 de maio, com o tema “Sementes de Esperança”. Também durante esse tempo, nosso caminho sinodal rumo a 2025 será marcado por encontros locais, regionais e fraternos em cada país onde o MLS está vivo.

 

Visite o site para mais informações

 

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