Laudato Si' Movement

“O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.” (LS 13)

Nossa missão

Inspirar e mobilizar a comunidade católica para cuidar da nossa casa comum e alcançar a justiça climática e ecológica, em colaboração com todas as pessoas de boa vontade.

Nosso nome

A Laudato Si’ foi e continua sendo a pedra angular do nosso movimento, mesmo que o Magistério da Igreja tenha continuado a evoluir com textos como Querida Amazonia e Fratelli Tutti. Laudato Si’ é apenas um marco na longa tradição da Doutrina Social da Igreja, uma tradição que abraçamos de todo o coração; mas o tema distintivo da Laudato Si’, “cuidar da casa comum”, a torna um marco que tocou nossos corações profundamente e nos uniu para avançar em nossa missão de cuidar de nossa casa planetária em perigo. Na verdade, no espírito de uma ecologia integral, muitas de nossas principais iniciativas têm o nome da encíclica: Animadores LS, Semana LS, Círculos LS, Geração LS, Retiros LS e muito mais. Também reconhecemos humildemente que há muitas ações da Laudato Si’ ocorrendo fora do nosso movimento, começando com a própria Plataforma de Ação Laudato Si’ do Vaticano, que apoiamos ativamente junto com muitos outros. Estamos encantados com tanta vida inspirada na encíclica e na Querida Amazônia..

Identidade

Somos um movimento guiado pelo Espírito que reúne católicos e católicas para cumprir a sua missão, em colaboração com todas as pessoas de boa vontade. O movimento reúne uma ampla gama de organizações católicas e membros de base do mundo todo. Esses membros caminham juntos em sinodalidade e comunhão com a Igreja universal por um caminho de conversão ecológica. Almejando a unidade na diversidade, as organizações membros e os membros de base se reúnem para rezar, colaborar e se mobilizar em resposta ao “grito da terra e o grito dos pobres”. Guiados por um espírito de subsidiariedade, quando o momento e o contexto forem adequados, juntos eles criam ou passam a integrar os Círculos e Capítulos locais, e se conectam com o movimento global em uma ampla gama de iniciativas para viver a Laudato Si’.

Nossos membros

Laudato Si Movement é um movimento híbrido. Pode ser visualizado como uma árvore com dois ramos principais que albergam os seus membros: (1) Organizações Membros e (2) Membros de Base. Os capítulos reúnem os dois tipos de membros.

Nossos valores

Enraizados na fé e na esperança

Nossa fé católica nos impele a agir. A Laudato Si’ inspira nossa missão. Como seguidores e seguidoras de Jesus Cristo, nossas atitudes e ações são guiadas pelas Escrituras e pela Doutrina Social da Igreja. Servimos à Igreja elevando a integridade da criação e reconhecendo o valor do cuidado da criação de Deus em nossa vida cristã.

Vivemos na esperança do Evangelho pois “sabemos que as coisas podem mudar” (LS 13) e que “a injustiça não é invencível” (LS 74). Alegramo-nos neste ministério como uma expressão do amor de Deus na nossa vida e por toda a criação. Confiamos os nossos esforços ao Espírito Santo e a Maria, Rainha da Criação.

Comprometidos com a conversão ecológica

Estamos comprometidos com a  “conversão ecológica”, (LS 5, 217, 220) a transformação contínua do nosso coração para alcançar um amor maior ao nosso Criador e à criação. Reservamos tempo para ouvir a mensagem de Deus na criação “com admiração e encanto” (LS 11) e responder com compaixão ao grito da criação. Refletimos sobre as nossas palavras e ações, reconhecemos humildemente onde estamos falhando e praticamos novas formas de viver de maneira simples e solidária com a criação. 

Abraçamos a contemplação e a ação: praticamos uma “espiritualidade ecológica” lenta para refletir e orar, ao mesmo tempo que pressionamos por ações ambiciosas que correspondam à escala das crises ecológica e climática.

Cuidar uns dos outros

Somos chamados a amar uns aos outros como Cristo nos amou (cf. João 13, 34-35). Portanto, cultivamos uma “cultura do cuidado” (LS 231) uns com os outros, conosco mesmos e com todos os seres vivos que compartilham nossa casa comum, especialmente os “mais frágeis” (LS 48, 64), incluindo as futuras gerações. Honramos os dons e as limitações uns dos outros. Celebramos nossos relacionamentos.

Demonstramos amor concreto uns pelos outros quando agimos de modo a promover o bem comum. Assim, cuidar uns dos outros envolve um processo sinodal através do qual caminhamos juntos em comunhão com a Igreja universal, como povo de Deus, num caminho de conversão ecológica e cuidado da nossa casa comum.

Abraçar uma perspectiva integral e profética

“Tudo está interligado” (LS 91). Ao atendermos “o clamor da terra e o clamor dos pobres” (LS 49), abraçamos uma visão de mundo de “ecologia integral” (LS 137-162), que compreende que questões ecológicas, culturais, sociais, políticas e econômicas estão interligadas. Comprometemo-nos com a proteção de toda a vida humana, do ventre ao túmulo e na solidariedade com as comunidades que carregam o fardo injusto da crise ecológica. Também abraçamos todas as espécies como sinais do amor de Deus e membros da florescente família da criação.

Entendemos que uma ação ambiciosa pela justiça ecológica e climática faz parte da vivência “da função sacerdotal, profética e real de Cristo” (Lumen Gentium 31), de modo a continuar o ministério de Cristo no mundo, no qual vemos “um reflexo de Deus em tudo o que existe” (LS 87). Nossa ação profética nos encoraja a desafiar as estruturas do pecado e pedir uma “mudança radical” (LS 171), estando abertos ao diálogo. Nosso trabalho é sempre não-violento e apartidário.

Cultivar a unidade na diversidade

Somos nutridos pela rica diversidade da criação e na Igreja, lutando pela unidade no cuidado da nossa casa comum ao mesmo tempo em que honramos os dons únicos que cada indivíduo ou organização traz. Vivemos uma “espiritualidade de solidariedade global” (LS 240), que nos une para uma ação globalmente coordenada e adaptada a contextos e experiências locais. Abrimos espaço para a colaboração entre organizações e indivíduos além das fronteiras e regiões.

Estamos tanto na Igreja como no mundo. Trabalhamos em unidade com toda a família católica ao mesmo tempo em que construímos pontes com outros cristãos, outras comunidades de fé e movimentos sociais e ambientais como uma única família humana, reconhecendo que o amor pela criação “nos chama a uma comunhão universal” (LS 76).

Objetivos Estratégicos

O MLS tem três objetivos estratégicos que são as estrelas guias de todos os nossos esforços para dar vida à Laudato Si’:

1 – Conversão ecológica

Incentivar a transformação dos corações dos fiéis católicos e motivar uma preocupação mais apaixonada pela nossa casa comum, consagrando o cuidado da criação como uma prioridade católica.

2 – Sustentabilidade plena

Ajudar a comunidade católica a dar o exemplo, encarnando o lema “menos é mais” e reduzindo a sua pegada a zero, em sintonia com a urgência das crises climática e ecológica.

3 – Mobilização profética

Mobilizar a Igreja para levantar uma voz profética pela justiça climática e ecológica, reivindicando políticas ousadas para cumprir a meta de 1,5°C do Acordo de Paris e deter o colapso da biodiversidade.

Conversão ecológica

Sustentabilidade plena

Mobilização profética

Nossa história

O Movimento Laudato Si’ nasceu em 2015

Como Movimento Católico Global pelo Clima, fruto de um kairós – palavra grega usada no Evangelho para expressar “um momento oportuno”. O kairós de 2015 foi a combinação de dois eventos transformadores que determinaram o modo como a Igreja e humanidade responderiam, a partir de então, à crise ecológica: o lançamento da encíclica Laudato Si’ e o Acordo Climático de Paris.

Primeiro, o Papa Francisco escreveu e lançou a carta encíclica Laudato Si’: Sobre o Cuidado da Casa Comum, a primeira encíclica papal na história dedicada à crise integral da nossa mãe terra. Inspirado em seu homônimo, São Francisco de Assis, e em sua profunda comunhão com toda a Criação (evidente no “Cântico das Criaturas” que inspirou o título da encíclica), o Papa emitiu um poderoso apelo à Igreja e a “todas as pessoas de boa vontade” para se unirem com urgência e responderem ao “grito da terra e o grito dos pobres.”

Segundo, com o cenário de alertas cada vez piores da comunidade científica sobre a gravidade da emergência climática, líderes de quase 200 países se reuniram na Cúpula do Clima das Nações Unidas em Paris (COP21) para adotar e assinar o Acordo de Paris. Após 21 anos de negociações fracassadas, as nações de todo o mundo tinham um prazo para finalmente concordar com um plano comum que enfrentaria a crise climática antes que fosse tarde demais.

Filipinas

Meses antes desses dois eventos (a Laudato Si’ foi lançada em junho e a Cúpula do Clima de Paris ocorreu em dezembro de 2015), em meio ao impulso que estava se formando e da ampla cobertura da mídia que antecipava os dois eventos, o Movimento Laudato Si’ foi lançado, em 14 de janeiro de 2015, inspirado pelo Espírito Santo. Foi nesse dia que o Papa Francisco chegou às Filipinas para uma viagem altamente simbólica com uma visita a Tacloban, o epicentro do supertufão Haiyan. O desastre matou mais de 10.000 pessoas e deixou 13 milhões desabrigadas.

Haiyan se tornou um símbolo da crise climática, pois foi a tempestade mais forte já registrada, e os cientistas explicaram que foi intensificada pelas mudanças climáticas. Como se enfatizasse a urgência dos “sinais dos tempos”, outro tufão atingiu Tacloban no mesmo dia em que o Papa Francisco visitou a cidade (17 de janeiro), lembrando a ele e à Igreja como os países pobres como as Filipinas são os que mais sofrem com as injustiças da crise climática. A escolha das Filipinas para a fundação do MLS marcou o compromisso do movimento com “o grito da terra e o grito dos pobres”.

Durante sua viagem às Filipinas, o papa Francisco recebeu o cardeal “Chito” Tagle, que como arcebispo de Manila foi o apoiador episcopal fundador do MLS e companheiro essencial para a jornada adiante. A Arquidiocese de Manila e algumas ordens religiosas das Filipinas faziam parte do grupo fundador de 17 organizações e 12 líderes de todos os continentes, que se uniram para formar o movimento. Um mês antes, em dezembro de 2014, o grupo começou a se reunir por meio de ligações semanais pelo Skype e coordenar um plano unificado pela fé para apoiar a próxima encíclica papal que estava sendo relatada pela imprensa – não sabíamos o nome naquela época! – e elevar a voz da Igreja para pedir justiça climática e um acordo ambicioso na Cúpula do Clima de Paris.

S. Francisco

O grupo fundador escolheu São Francisco de Assis como o santo padroeiro do movimento, lembrando que ele é o santo padroeiro da ecologia (vale a pena ressaltar que várias organizações franciscanas eram membros fundadores do MLS), e emitiu uma declaração de fundação que diz: “O Movimento Católico Global pelo Clima é uma coalizão internacional de católicos de muitas nações, continentes e estilos de vida. Somos leigos, religiosos e clérigos, teólogos, cientistas e ativistas da Argentina, Filipinas, Reino Unido, Quênia, Austrália, Estados Unidos e muitas outras nações. Estamos unidos por nossa fé católica e nosso trabalho em várias frentes e organizações em relação às mudanças climáticas… O Papa Francisco emitirá uma encíclica sobre cuidados com o meio ambiente. Com esta declaração, nós, abaixo assinados, procuramos ajudar a trazer esses ensinamentos da Igreja ao mundo.”

Justiça climática

O primeiro ano do MLS foi uma explosão inesperada de energia e vida. O grupo inicial de membros fundadores cresceu rapidamente para incluir 300 organizações católicas até o final do ano e uma vasta rede de líderes de base que se uniram ao objetivo de apoiar a encíclica e se mobilizar por um Acordo Climático de Paris ambicioso. Um pequeno Secretariado, que é a equipe central de apoio ao movimento, foi formado com o apoio da Franciscan Action Network. O Secretariado era composto apenas por Tomás Insua e Christina Leaño, que trabalhavam nas bibliotecas de universidades em Boston nos dois primeiros anos, e Igor Bastos e Fabian Campos, que trabalhavam do escritório da Afes e da Caritas, coordenando os esforços latino-americanos.

Petição

Os membros do Comitê Diretor fundador tiveram sua primeira reunião em Roma em maio de 2015, por ocasião de uma reunião preparatória pré-encíclica com autoridades do Vaticano e líderes da Cáritas de diferentes continentes. A viagem a Roma incluiu um encontro inspirador com o Papa Francisco, no qual ele encorajou o movimento a se preparar para a encíclica que viria e compartilhou que apoiava a Petição Católica pelo Clima que o MLS havia acabado de lançar.

Conforme declarado no texto da petição, o objetivo do MLS era pressionar os governos a adotarem a ambiciosa meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, em vez da meta menos ambiciosa de 2°C que os países mais poluidores estavam apoiando. Energizados pelo lançamento de Laudato Si’ em junho de 2015, mais de 900.000 católicos assinaram a petição. O esforço foi amplamente impulsionado pela Igreja no sul global, especialmente nas Filipinas, onde o Cardeal Tagle ajudou a petição a alcançar um apoio abrangente.

As assinaturas da petição foram simbolicamente levadas pelo “peregrino climático” filipino Yeb Saño, membro do conselho fundador do MLS, em uma peregrinação profética de dois meses do Vaticano a Paris. Saño entregou as assinaturas em eventos inter-religiosos profundamente emocionantes com as autoridades de alto nível que organizaram a cúpula da COP21: o presidente francês François Hollande e a chefe climática da ONU, Christiana Figueres.

Finalmente, após duas semanas de negociações frenéticas e uma enorme pressão do movimento climático, incluindo a memorável Marcha Global do Clima, que contou com a participação de 40.000 católicos, do Vaticano e de muitos outros, o bloco de negociações das nações mais pobres consagrou com êxito a meta de 1,5°C no Acordo de Paris. O milagre aconteceu: “pois nada será impossível para Deus” (Lucas 1,37). Essa vitória de 1,5°C, na qual nós católicos tivemos um papel muito importante, estabeleceu um padrão ambicioso para todas as ações climáticas a seguir.

Após a jornada agitada de 2015, no ano seguinte, o MLS iniciou a trabalhar as questões que se tornaram os pilares de sua abordagem holística: o programa de formação de Animadores Laudato Si’, as celebrações do Tempo da Criação, iniciativas proféticas como a Campanha de Desinvestimento em combustíveis fósseis, e projetos criativos que aumentam a conscientização sobre a Laudato Si’, como a providencial transmissão de um vídeo do Papa para três milhões de peregrinos na Jornada Mundial da Juventude, na Cracóvia.

Transformação

Nos anos seguintes, o movimento continuou a se expandir em todo o mundo através de um número crescente de Animadores, Círculos, Capítulos e Organizações Membros, todos os quais continuam a impulsionar ações transformadoras pelo cuidado da nossa casa comum. Em termos estruturais, o Comitê Diretivo evoluiu para estabelecer duas copresidentes: Marianne Comfort (Irmãs da Misericórdia) e Christina Leaño. Uma pessoa jurídica formal e uma Diretoria foram constituídos em 2017, presididos por Amy Woolam Echeverria (Missionários Columbanos).

Seguindo uma reunião de planejamento em Assis com todos os órgãos do MLS (que incluiu uma nova reunião com o Papa). Logo em seguida, o escritório principal do Secretariado foi realocado para Roma para melhor servir à Igreja em “viver a Laudato Si’”, aprofundando a colaboração com o Vaticano e as organizações católicas com sede em Roma. Em 2019, o MLS instituiu um Conselho Episcopal Consultivo, com cardeais de diferentes continentes que têm acompanhado o movimento em sua jornada.

Adaptação

O ano de 2020 foi diferente de qualquer outro para o mundo e para o movimento. No início do ano, por ocasião do quinto aniversário do movimento, a liderança do MLS e a diretoria ficaram extremamente gratos por ter uma audiência privada com o Papa Francisco. A reunião, que também contou com a presença do Cardeal Tagle, serviu como uma linda oportunidade para agradecermos o Papa Francisco pela sua liderança e para compartilhar os frutos abundantes dos primeiros cinco anos da jornada do MLS.

Alguns meses depois, a pandemia forçou o MLS a   desistir de seus planos de organizar eventos para comemorar o quinto aniversário da Laudato Si’ em maio. Em vez disso, a organização permaneceu ágil e, junto com milhares de pessoas nos seis continentes, uniu-se para orar e refletir sobre como poderíamos construir um mundo melhor. Com um forte apoio do Papa Francisco, o MLS e seus diversos membros e parcerias organizaram a “Semana Laudato Si’,” uma semana inteira com conferências online que ajudaram pessoas de todo o mundo a honrar essa encíclica profética e se preparar para os próximos cinco anos em nossa jornada de oração e ação pela justiça climática.

GCCM announces its new name: Laudato Si' Movement

The Global Catholic Climate Movement is now the Laudato Si’ Movement. Below you’ll find everything you need to know about the new name, including stories and videos about the synodal discernment process that led to the change, and congratulatory videos from Laudato Si’ Movement members and friends from all over the world. Laudato Si’!

Our Story

Início

O Movimento Laudato Si’ nasceu em 2015

Como Movimento Católico Global pelo Clima, fruto de um kairós – palavra grega usada no Evangelho para expressar “um momento oportuno”. O kairós de 2015 foi a combinação de dois eventos transformadores que determinaram o modo como a Igreja e humanidade responderiam, a partir de então, à crise ecológica: o lançamento da encíclica Laudato Si’ e o Acordo Climático de Paris.

Primeiro, o Papa Francisco escreveu e lançou a carta encíclica Laudato Si’: Sobre o Cuidado da Casa Comum, a primeira encíclica papal na história dedicada à crise integral da nossa mãe terra. Inspirado em seu homônimo, São Francisco de Assis, e em sua profunda comunhão com toda a Criação (evidente no “Cântico das Criaturas” que inspirou o título da encíclica), o Papa emitiu um poderoso apelo à Igreja e a “todas as pessoas de boa vontade” para se unirem com urgência e responderem ao “grito da terra e o grito dos pobres.”

Segundo, com o cenário de alertas cada vez piores da comunidade científica sobre a gravidade da emergência climática, líderes de quase 200 países se reuniram na Cúpula do Clima das Nações Unidas em Paris (COP21) para adotar e assinar o Acordo de Paris. Após 21 anos de negociações fracassadas, as nações de todo o mundo tinham um prazo para finalmente concordar com um plano comum que enfrentaria a crise climática antes que fosse tarde demais.

Filipinas

Filipinas

Meses antes desses dois eventos (a Laudato Si’ foi lançada em junho e a Cúpula do Clima de Paris ocorreu em dezembro de 2015), em meio ao impulso que estava se formando e da ampla cobertura da mídia que antecipava os dois eventos, o Movimento Laudato Si’ foi lançado, em 14 de janeiro de 2015, inspirado pelo Espírito Santo. Foi nesse dia que o Papa Francisco chegou às Filipinas para uma viagem altamente simbólica com uma visita a Tacloban, o epicentro do supertufão Haiyan. O desastre matou mais de 10.000 pessoas e deixou 13 milhões desabrigadas.

Haiyan se tornou um símbolo da crise climática, pois foi a tempestade mais forte já registrada, e os cientistas explicaram que foi intensificada pelas mudanças climáticas. Como se enfatizasse a urgência dos “sinais dos tempos”, outro tufão atingiu Tacloban no mesmo dia em que o Papa Francisco visitou a cidade (17 de janeiro), lembrando a ele e à Igreja como os países pobres como as Filipinas são os que mais sofrem com as injustiças da crise climática. A escolha das Filipinas para a fundação do MLS marcou o compromisso do movimento com “o grito da terra e o grito dos pobres”.

Durante sua viagem às Filipinas, o papa Francisco recebeu o cardeal “Chito” Tagle, que como arcebispo de Manila foi o apoiador episcopal fundador do MLS e companheiro essencial para a jornada adiante. A Arquidiocese de Manila e algumas ordens religiosas das Filipinas faziam parte do grupo fundador de 17 organizações e 12 líderes de todos os continentes, que se uniram para formar o movimento. Um mês antes, em dezembro de 2014, o grupo começou a se reunir por meio de ligações semanais pelo Skype e coordenar um plano unificado pela fé para apoiar a próxima encíclica papal que estava sendo relatada pela imprensa – não sabíamos o nome naquela época! – e elevar a voz da Igreja para pedir justiça climática e um acordo ambicioso na Cúpula do Clima de Paris.

S. Francisco

S. Francisco

O grupo fundador escolheu São Francisco de Assis como o santo padroeiro do movimento, lembrando que ele é o santo padroeiro da ecologia (vale a pena ressaltar que várias organizações franciscanas eram membros fundadores do MLS), e emitiu uma declaração de fundação que diz: “O Movimento Católico Global pelo Clima é uma coalizão internacional de católicos de muitas nações, continentes e estilos de vida. Somos leigos, religiosos e clérigos, teólogos, cientistas e ativistas da Argentina, Filipinas, Reino Unido, Quênia, Austrália, Estados Unidos e muitas outras nações. Estamos unidos por nossa fé católica e nosso trabalho em várias frentes e organizações em relação às mudanças climáticas… O Papa Francisco emitirá uma encíclica sobre cuidados com o meio ambiente. Com esta declaração, nós, abaixo assinados, procuramos ajudar a trazer esses ensinamentos da Igreja ao mundo.”

Justiça climática

Justiça climática

O primeiro ano do MLS foi uma explosão inesperada de energia e vida. O grupo inicial de membros fundadores cresceu rapidamente para incluir 300 organizações católicas até o final do ano e uma vasta rede de líderes de base que se uniram ao objetivo de apoiar a encíclica e se mobilizar por um Acordo Climático de Paris ambicioso. Um pequeno Secretariado, que é a equipe central de apoio ao movimento, foi formado com o apoio da Franciscan Action Network. O Secretariado era composto apenas por Tomás Insua e Christina Leaño, que trabalhavam nas bibliotecas de universidades em Boston nos dois primeiros anos, e Igor Bastos e Fabian Campos, que trabalhavam do escritório da Afes e da Caritas, coordenando os esforços latino-americanos.

Petição

Petição

Os membros do Comitê Diretor fundador tiveram sua primeira reunião em Roma em maio de 2015, por ocasião de uma reunião preparatória pré-encíclica com autoridades do Vaticano e líderes da Cáritas de diferentes continentes. A viagem a Roma incluiu um encontro inspirador com o Papa Francisco, no qual ele encorajou o movimento a se preparar para a encíclica que viria e compartilhou que apoiava a Petição Católica pelo Clima que o MLS havia acabado de lançar.

Conforme declarado no texto da petição, o objetivo do MLS era pressionar os governos a adotarem a ambiciosa meta de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, em vez da meta menos ambiciosa de 2°C que os países mais poluidores estavam apoiando. Energizados pelo lançamento de Laudato Si’ em junho de 2015, mais de 900.000 católicos assinaram a petição. O esforço foi amplamente impulsionado pela Igreja no sul global, especialmente nas Filipinas, onde o Cardeal Tagle ajudou a petição a alcançar um apoio abrangente.

As assinaturas da petição foram simbolicamente levadas pelo “peregrino climático” filipino Yeb Saño, membro do conselho fundador do MLS, em uma peregrinação profética de dois meses do Vaticano a Paris. Saño entregou as assinaturas em eventos inter-religiosos profundamente emocionantes com as autoridades de alto nível que organizaram a cúpula da COP21: o presidente francês François Hollande e a chefe climática da ONU, Christiana Figueres.

Finalmente, após duas semanas de negociações frenéticas e uma enorme pressão do movimento climático, incluindo a memorável Marcha Global do Clima, que contou com a participação de 40.000 católicos, do Vaticano e de muitos outros, o bloco de negociações das nações mais pobres consagrou com êxito a meta de 1,5°C no Acordo de Paris. O milagre aconteceu: “pois nada será impossível para Deus” (Lucas 1,37). Essa vitória de 1,5°C, na qual nós católicos tivemos um papel muito importante, estabeleceu um padrão ambicioso para todas as ações climáticas a seguir.

Após a jornada agitada de 2015, no ano seguinte, o MLS iniciou a trabalhar as questões que se tornaram os pilares de sua abordagem holística: o programa de formação de Animadores Laudato Si’, as celebrações do Tempo da Criação, iniciativas proféticas como a Campanha de Desinvestimento em combustíveis fósseis, e projetos criativos que aumentam a conscientização sobre a Laudato Si’, como a providencial transmissão de um vídeo do Papa para três milhões de peregrinos na Jornada Mundial da Juventude, na Cracóvia.

Transformação

Transformação

Nos anos seguintes, o movimento continuou a se expandir em todo o mundo através de um número crescente de Animadores, Círculos, Capítulos e Organizações Membros, todos os quais continuam a impulsionar ações transformadoras pelo cuidado da nossa casa comum. Em termos estruturais, o Comitê Diretivo evoluiu para estabelecer duas copresidentes: Marianne Comfort (Irmãs da Misericórdia) e Christina Leaño. Uma pessoa jurídica formal e uma Diretoria foram constituídos em 2017, presididos por Amy Woolam Echeverria (Missionários Columbanos).

Seguindo uma reunião de planejamento em Assis com todos os órgãos do MLS (que incluiu uma nova reunião com o Papa). Logo em seguida, o escritório principal do Secretariado foi realocado para Roma para melhor servir à Igreja em “viver a Laudato Si’”, aprofundando a colaboração com o Vaticano e as organizações católicas com sede em Roma. Em 2019, o MLS instituiu um Conselho Episcopal Consultivo, com cardeais de diferentes continentes que têm acompanhado o movimento em sua jornada.

Adaptação

Adaptação

O ano de 2020 foi diferente de qualquer outro para o mundo e para o movimento. No início do ano, por ocasião do quinto aniversário do movimento, a liderança do MLS e a diretoria ficaram extremamente gratos por ter uma audiência privada com o Papa Francisco. A reunião, que também contou com a presença do Cardeal Tagle, serviu como uma linda oportunidade para agradecermos o Papa Francisco pela sua liderança e para compartilhar os frutos abundantes dos primeiros cinco anos da jornada do MLS.

Alguns meses depois, a pandemia forçou o MLS a   desistir de seus planos de organizar eventos para comemorar o quinto aniversário da Laudato Si’ em maio. Em vez disso, a organização permaneceu ágil e, junto com milhares de pessoas nos seis continentes, uniu-se para orar e refletir sobre como poderíamos construir um mundo melhor. Com um forte apoio do Papa Francisco, o MLS e seus diversos membros e parcerias organizaram a “Semana Laudato Si’,” uma semana inteira com conferências online que ajudaram pessoas de todo o mundo a honrar essa encíclica profética e se preparar para os próximos cinco anos em nossa jornada de oração e ação pela justiça climática.

Novo nome

GCCM anuncia novo nome: Movimento "Laudato Si

O Movimento Católico Global pelo Clima é agora o Movimento "Laudato Si". Abaixo encontrará tudo o que precisa de saber sobre o novo nome, incluindo histórias e vídeos sobre o processo de discernimento sinodal que levou à mudança, e vídeos de felicitações de membros e amigos do Movimento Laudato Si' em todo o mundo. Laudato Si'!

Liderança

Conselho Administrativo

O Conselho Administrativo do MLS orienta a Secretaria, juntamente com o Comitê Diretor, para garantir a realização da missão e visão do movimento. O Conselho apóia a Secretaria para dar andamento a projetos estratégicos importantes por meio de redes eclesiais de alto nível, além de supervisionar financeiramente o MLS.

Conselho Global de Membros

O Comitê Diretor do MLS apóia o Secretariado no desenvolvimento do Quadro Estratégico para garantir a fidelidade do movimento à missão e implementação de estratégias em questões programáticas.

Conselho Consultivo

Os membros do Conselho Consultivo trabalham como testemunhas públicas do compromisso da Igreja com o cuidado da criação. Eles têm a oportunidade de definir como a Igreja global pode lidar melhor com a atual crise ecológica.

Secretaria

FAQ

 

We are a Catholic Movement, guided by the Holy Spirit, committed to protecting our common home, God’s creation, from the climate emergency and ecological crisis.

To inspire and mobilize the Catholic community to care for our common home and achieve climate and ecological justice.

The Movement is made up of more than 8,000 Laudato Si’ Animators and nearly 900 Member Organizations, present in 115 countries on five continents, and organized into 30 chapters, who work every day to bring Laudato Si’ to life.

  • Ecological conversion: To encourage a change of heart (conversion) of Catholics and motivate a passionate concern for our common home, making care for creation a priority.
  • Total sustainability: To help the Church and its faithful to lead by example, embodying the motto “less is more” and reducing its carbon footprint to zero, in line with the urgency of the climate emergency and ecological crisis.
  • Advocacy: To mobilize the Church to raise its prophetic voice for climate and ecological justice, calling for bold policies to meet the Paris Agreement target of no more than 1.5°C and to stop the biodiversity collapse.

According to the strategic objectives, LSM is working on several programs:

  • Programs for ecological conversion:
    • Laudato Si’ Circles. A global community of small groups that meet regularly to deepen their relationship with God as Creator and with all members of creation.  
    • Laudato Si’ Contemplation Training. A 5-week training, to be introduced to meditation and contemplative practices as a way of prayer
    • Season of Creation. An annual event from September 1 to October 4 to deepen our ecological conversion. 
    • Sustainability programs:
    • Advocacy programs:
      • Biodiversity and Climate Crisis. 
      • Zero Fossil Fuels
        • Divestment
        • Fossil Fuel Non-Proliferation Treaty
        • Carbon Bombs
      • Regional advocacy campaigns

    Laudato Si’ Movement is registered as a legal entity under U.S. law as a non-profit public charity (501c3).

    LSM is funded by private donors, institutions and individuals who identify with our mission and freely contribute their resources to make our work possible. 

    LSM does not receive any financial support from the Vatican.

    We are a Movement formed mainly by Catholic faithful, lay people, religious and priests, and Organizations that collaborate with the Mission of the Church. 

    We are guided by the Social Doctrine of the Church, its Magisterium and the Holy Scriptures. 

    And, in order to fulfill our mission, we collaborate closely with the different bodies of the Church (dioceses, episcopal conferences, Vatican dicasteries, etc.) in fidelity to the Holy Father and always in a spirit of synodality and listening.

    FAQ

     

    O que é o MLS?
    Somos um Movimento católico, guiado pelo Espírito Santo, comprometido em proteger nossa casa comum (a criação de Deus) da crise climática e ecológica.
    Qual é a missão do MLS?
    Inspirar e mobilizar a comunidade católica para cuidar da nossa casa comum e alcançar a justiça climática e ecológica.
    Como é formado o MLS?
    O Movimento é formado por mais de 8.000 Animadores Laudato Si’ e mais de 840 Organizações Membros, presentes em 115 países nos cinco continentes, organizados em 30 capítulos que trabalham todos os dias para dar vida à Laudato Si’.
    Quais são os objetivos estratégicos do MLS?
    • Conversão ecológica: Incentivar uma mudança do coração (conversão) dos católicos e motivar uma preocupação apaixonada pela nossa casa comum, elegendo o cuidado da criação como prioridade.
    • Sustentabilidade total: Ajudar a Igreja e seus fiéis a dar o exemplo, encarnando o lema “menos é mais” e reduzindo sua pegada de carbono a zero, em consonância com a urgência da crise climática e ecológica.
    • Mobilização profética: Mobilizar a Igreja para elevar sua voz profética pela justiça climática e ecológica, reivindicando políticas ousadas para cumprir a meta do Acordo de Paris de não ultrapassar 1,5°C de aquecimento global e impedir o colapso da biodiversidade.
    Em que projetos a MLS trabalha?

    De acordo com seus objetivos estratégicos, o MLS trabalha em vários programas:

    • Programas de conversão ecológica:
      • Círculos Laudato Si’. Uma comunidade global de pequenos grupos que se reúnem regularmente para aprofundar seu relacionamento com Deus como Criador e com todos os membros da criação.
      • Laudato Si’ Contemplation Training. A 5-week training, to be introduced to meditation and contemplative practices as a way of prayer.
      • Tempo da Criação. Um evento anual de 1º de setembro a 4 de outubro para aprofundar nossa conversão ecológica. 
    • Programas de defesa de direitos e mobilização profética:
      • Biodiversidade e Crise Climática.
      • Zero Combustíveis Fósseis
        • Desinvestimento
        • Fossil Fuel Non-Proliferation Treaty
        • Bombas de Carvão
      • Campanhas regionais de mobilização.
    Qual é a constituição jurídica do MLS?

    O Movimento Laudato Si’ é registrado como pessoa jurídica, de acordo com as leis dos Estados Unidos da América, como instituição de caridade pública sem fins lucrativos. (501c3) 

    Como o MLS é financiado?

    O MLS é uma organização sem fins lucrativos de categoria 501c3 nos Estados Unidos, de financiamento privado. O movimento recebe fundos de organizações católicas e ambientais e de alguns indivíduos e famílias. O MLS orgulha -se de oferecer todos os seus programas gratuitamente, mas agradece pelas doações oferecidas por sua rede como sinal de reconhecimento pelos recursos e apoio recebidos do movimento. O MLS não recebe financiamento do Vaticano, mas trabalha em estreita colaboração com ele. Temos uma política e um processo sólidos para a aceitação de doações, visando a garantir que nosso sustento esteja alinhado com nossos valores católicos. Se você se interessar em doar, escreva para Katie Mylenbusch, diretora de desenvolvimento do MLS, pelo email [email protected].

    Que vínculo o MLS tem com a Igreja Católica e a Santa Sé?

    Somos um Movimento formado principalmente por fiéis católicos, leigos, religiosos e presbíteros, e organizações que colaboram com a missão da Igreja. 

    Somos guiados pela Doutrina Social da Igreja, seu Magistério e as Sagradas Escrituras. 

    E, para cumprir nossa missão, colaboramos estreitamente com os diversos setores e órgãos da Igreja (dioceses, conferências episcopais, dicastérios vaticanos, etc.) em fidelidade ao Santo Padre e sempre em espírito de sinodalidade e escuta.

    Trabalhe conosco

    Para inspirar e mobilizar a comunidade católica a cuidar da nossa casa comum e alcançar a justiça climática e ecológica.