Para saber exatamente o que aconteceu na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas na voz de especialistas que estavam no local, nos encontramos para um Diálogo Laudato Si’ especial na última terça-feira, 16 de novembro. 

O acordo final da COP26 suscitou diversas opiniões que foram analisadas por Yeb Saño, Diretor Executivo do Greenpeace do Sudeste Asiático, que mencionou a importância de os países chegarem a um acordo para resolver a crise climática, “mas ninguém assume a responsabilidade”.

A reunião também contou com a presença de duas religiosas, Marvie Misolas, do Escritório Maryknoll para Assuntos Globais, e Kate Midgley, Irmãs Missionárias de São Columbano

Além destes, Lindlyn Moma, Diretora de Advocacy do Movimento Laudato Si’, deu sua impressão sobre o que foi vivido na COP: “A urgência da crise não foi percebida”, admitiu. Ela falou sobre a importância da Plataforma de Ação Laudato Si’ para dar visibilidade à grande quantidade de comunidades ao redor do mundo que estão em movimento.

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Subtitle: Principais citações dos palestrantes

Yeb Saño, Diretor Executivo do Greenpeace no Sudeste da Ásia

“Temos que responsabilizar os envolvidos na crise climática e isso não está acontecendo. Os países em desenvolvimento não receberam ajuda, nem mesmo durante a pandemia.”

“Sou uma pessoa de fé e enfrentar esses desafios faz parte da nossa jornada.”

“No MLS estamos tentando formar uma irmandade que nos permita resolver a crise climática. São muitas as paróquias que fazem parte da Igreja e, se queremos uma mudança genuína, temos que começar por aí.” 

“Tenho fé que a unidade encontrará uma maneira de seguir em frente.”  

Irmã Marvie Misolas, Escritório Maryknoll para Assuntos Globais

“Ainda temos um longo caminho pela frente.”

“Quando estava nas ruas, eu pensava sobre quais esforços nos são necessários como ativistas para criar mudanças. A participação das mulheres é fundamental, assim como a presença de pessoas que pertencem às comunidades indígenas. Devemos ter esperança neste caminho.”

“A Igreja deve dar mais ênfase à educação ecológica. Temos que enviar petições aos governos.” 

Irmã Kate Midgley, Irmãs Missionárias de São Columbano

“Tudo o que vivemos nas ruas de Glasgow foi incrível. Havia pessoas orando silenciosamente pela resolução da crise climática. Todos nós ouvimos muito ‘blablablá’, mas era necessário estar em silêncio e demonstrar nossa presença lá.”

“Foi uma grande energia que culminou na marcha da sexta-feira. Conheci gente que tinha caminhado de Londres a Glasgow.”

“Muito se fala sobre o grito da terra e o grito dos pobres. Mas esta situação requer uma ação urgente. O papel dos animadores Laudato Si’ é muito importante.”

Lindlyn Moma, Diretora de Advocacy do Movimento Laudato Si’

“A urgência da crise não foi sentida em Glasgow. Não houve menção de recomendações essenciais que deveriam ser seguidas. Muitos anúncios foram feitos, mas o problema real não foi resolvido”. 

“A Plataforma de Ação Laudato Si’ nos dá uma visão mais clara de como podemos agir como católicos. Em nível individual, ela pode dialogar com as nossas paróquias, para que se torne um tema a ser discutido. Isso nos ajudará a seguir em frente. Devemos continuar apoiando os ativistas.”

“A COP26 tentou compensar alguma coisa, mas há muito mais que podemos fazer.”