No próximo dia 30 de novembro começa nos Emirados Árabes Unidos a COP 28, que vai até 12 de dezembro. Líderes políticos vão se reunir para repensar, redefinir e reorientar a agenda climática. Mas qual é a origem dos COPs? Contamos para você no texto abaixo.

O que são as COPs?

“COP” é uma sigla em inglês que significa Conference of Parties (Conferência das Partes), ou cúpulas, tanto para o clima quanto para a biodiversidade. Estas cúpulas foram estabelecidas após a Rio 92. As “partes” da cúpula do clima são as 197 nações que compõem a UNFCCC (outra sigla em inglês), a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima.

Uma COP climática é uma reunião anual da qual participam os países que adotaram a Convenção. Desde 2015, todos os países membros aceitam a existência das mudanças climáticas e partilham o objetivo comum de evitar um aumento na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, além de chegar a emissões líquidas zero neste século.

Breve história das COPs

Desde 1995, representantes das 197 partes (196 países e a União Europeia) têm se reunido para discutir a questão climática. A Conferência do Rio de Janeiro de 1992 levou à adoção da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), um tratado que entrou em vigor em 1994.

Assim, a primeira COP foi realizada em Berlim em 1995. A COP 3 em Kyoto, em 1997, desenvolveu um Protocolo que visava a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 5% em relação a 1990.

Em 2007 concluiu-se que os sinais de aquecimento global eram inquestionáveis ​​e foi adotado o “Plano de Ação de Bali”. Em 2009 aconteceu a COP 15 em Copenhague. Havia a expectativa de que fosse uma COP histórica, mas os acordos firmados não foram particularmente ousados.

Em 2010 a COP 16 aconteceu em Cancún. Lá foi criado o Fundo Verde para o Clima, um programa ambicioso para ajudar países de baixa renda. Posteriormente, a COP 18 em Doha, em 2012, ratificou o Protocolo de Kyoto. A COP 19 de Varsóvia, em 2013, também não correspondeu às expectativas.

Finalmente, em 2015, a mudança veio. A COP 21 em Paris trouxe um acordo que superou tudo o que havia acontecido anteriormente. Todas as 197 partes entraram num acordo e aceitaram os dados científicos sobre o clima: existem mudanças climáticas causadas pelo ser humano. 

Em 4 de novembro de 2016, entrou em vigor o Acordo de Paris. Seu objetivo era manter o aumento das temperaturas globais abaixo dos 2°C, tentando ainda mantê-lo em até 1,5°C. Em 2019, a COP 25 em Madrid não conseguiu produzir medidas importantes para a mitigação das mudanças climáticas, o financiamento de perdas e danos e a colaboração internacional.

Com a pandemia de 2020, a COP 26 foi suspensa e só pôde ser realizada em novembro de 2021, em Glasgow. Nela foi possível restabelecer os compromissos assumidos no lançamento do Acordo de Paris, após uma certa flexibilização dos compromissos devido à COVID-19.

Em 2022, a COP 27 em Sharm El Sheikh, no Egito, deixou claro que, com a guerra na Ucrânia, os combustíveis fósseis ainda fornecem 80% da energia mundial e sua utilização continua aumentando. Houve progresso no financiamento de “perdas e danos” para os países mais afetados, mas não se avançou muito na questão da mitigação das mudanças climáticas.

A COP28 em Dubai

Este ano, os Emirados Árabes Unidos sediarão a próxima Conferência das Partes (COP 28) entre 30 de novembro e 12 de dezembro.

O país do Golfo Pérsico caracteriza-se por ser um grande exportador de combustíveis fósseis, embora também tenha feito investimentos importantes em energias renováveis. Porém, as empresas de petróleo e gás almejam iniciar novos projetos no país para expandir ainda mais a produção.

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