No Dia Mundial da Saúde, painelistas de várias organizações católicas se reuniram para discutir a perda da biodiversidade e formas de proteger nosso planeta e nossa saúde.

O tema do Dia Mundial da Saúde deste ano, “Nosso Planeta, Nossa Saúde”, foi o pano de fundo para este webinário que discutiu a urgência de agir com a chegada da Conferência de Biodiversidade, COP15, que não é realizada desde 2018. 

A próxima conferência ocorrerá em agosto em Kunming, China, e será uma ocasião muito propícia para destacar a interconexão entre a biodiversidade e as crises climáticas, e a necessidade de que sejam enfrentadas em conjunto. 

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As nações precisam se comprometer a proteger metade da Terra, 50%, até 2030 para evitar a perda maciça de biodiversidade e os piores efeitos de perigosas mudanças climáticas. O artigo científico intitulado “A Global Deal for Nature: Guiding Principles, Milestones, and Targets (”Um Trato Global pela Natureza: Princípios Orientadores, Marcos e Metas”, em tradução livre) destaca que “a natureza precisa da metade”.

O webinário detalhou as deliberações que ocorreram em Genebra, Suíça, em março deste ano, incluindo os resultados da retomada das sessões e ações que visam à COP15, reunidas em sinodalidade com colaboradores de todo o mundo.

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Heading 6 (mainly quotes): Principais reflexões dos painelistas:

Allen Ottaro, Fundador e Diretor Executivo da CYNESA Catholic Youth Network for Environmental Sustainability in Africa (Rede Católica de Jovens pela Sustentabilidade Ambiental da África), compartilhou suas impressões sobre os resultados de Genebra enquanto se concentrava no cuidado católico com a criação, e no que podemos fazer hoje à luz das negociações internacionais em curso.

Sobre os resultados das reuniões de Genebra, Ottaro destacou a natureza complexa dos processos, que muitas vezes deixam poucas substância concretas quando as negociações terminam e “o pessoal pega a estrada”. Ele observou a referência constante aos povos indígenas e às comunidades locais, que são quem mais protege nossa casa comum na linha de frente.

“Vemos que há um crescente reconhecimento, inclusão e consciência no debate sobre a necessidade de reduzir nossa pegada global… no entanto, devido à COVID-19, perdemos tempo para tomar decisões importantes.”  

“Compartilhamos esta casa comum e somos chamados a uma responsabilidade maior de nos envolvermos em todos os níveis. Devemos assumir esse chamado e encontrar maneiras concretas de colocá-lo em prática nas nossas próprias comunidades.”

A Irmã Jyotisha Kannamka, Animadora Laudato Si’ das Irmãs de Notre Dame, na Índia, falou sobre o significado do nosso dever moral de cuidar da criação segundo a doutrina social da Igreja, destacando como as irmãs estão dando sua contribuição. Ela falou de como Deus nos fez guardiães da criação, e enfatizou que proteger a biodiversidade é nossa responsabilidade moral, dada a nós desde o princípio da criação. 

“Os seres humanos são seres espirituais. Quando você olha para a perda da biodiversidade, isso significa que nós, seres humanos, estamos fracassando como seres espirituais.”

Ela também mostrou como o espírito da Laudato Si’ foi integrado aos inúmeros projetos e atividades de engajamento ecológico e educação sobre o cuidado da criação em sua região: “Na minha província, nós a encaramos como uma jornada espiritual transformadora. Promovemos a biodiversidade para aprimorar e promover nossa jornada ecológica integral.”

Eric Dinerstein, diretor do programa de Soluções para a Biodiversidade e Vida Selvagem da RESOLVE, falou sobre a necessidade de combatermos juntos as crises associadas. Ele também observou a importância dos povos indígenas e das comunidades locais como guardiães da biodiversidade.

Destacando que os formuladores de políticas geralmente ficam para trás da comunidade científica, ele apresentou amostras gráficas de seu trabalho, que demonstra a necessidade de empreender esforços urgentes para proteger pelo menos metade da Terra de maneira interligada.

“Enfrentamos mais duas ameaças existenciais: pandemias resultantes da perda de habitats naturais e o colapso do ecossistema, pelo qual os ecossistemas são tão afetados que não funcionam mais.”

“A coisa mais importante que podemos fazer é capacitar e financiar os povos indígenas para cuidar das áreas onde habitam.”

A Irmã Rainer Boniface, Animadora Laudato Si’ e Irmã de Loreto, falou sobre o colapso da biodiversidade e de como as mudanças climáticas afetaram sua região. Ela também comentou como é nosso dever moral cuidar de toda a criação, mostrando exemplos de como as irmãs trabalham para cuidar da nossa casa comum: 

“A vida está mudando consideravelmente por causa do aumento das temperaturas na Terra. Não podemos trabalhar na terra e sustentar nossas atividades econômicas. A natureza tem uma maneira de se equilibrar e o sistema está sendo perturbado.”

“É nosso dever moral promover, preservar, compartilhar, proteger e cuidar da nossa casa comum.”

A Dra. Franziska Kohlt, pesquisadora associada da Universidade de York, falou sobre o papel da emoção e da conceituação, enfatizando a importância de sentir que somos parte integrante da criação. 

Ela observou como a expressão “perda de biodiversidade” provoca uma poderosa resposta emocional, mencionando como diferentes espécies podem ter vários graus de sucesso em campanhas de denúncia profética, pois as pessoas se sentem mais conectadas a espécies mais “carismáticas”. 

Ela explicou como a palavra “ambiente” retrata um mundo acontecendo ao nosso redor, nos colocando no centro e nos tornando o principal árbitro das coisas. 

 “As soluções não podem vir só de nós. Elas se encontram na própria criação.”

Ela elogiou a terminologia do Papa Francisco na Laudato Si’, “nossa casa comum”, que leva em consideração que “o mundo não é uma coisa acontecendo ao nosso redor. Somos parte integrante dele e todos temos um lugar na criação. Devemos dar a devida importância a isso, que se aplica não só à natureza, mas também aos integrantes mais vulneráveis ​​da nossa espécie humana”.

Como todos fazemos parte da criação, somos chamados a trabalhar juntos para proteger nossa casa comum. Quando protegemos nosso planeta, também protegemos nossa saúde. 

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