ROMA, 26 DE MAIO DE 2022 – O Movimento Laudato Si’ aplaude a decisão da Agência Italiana de Crédito à Exportação, SACE, de se juntar ao crescente número de instituições financeiras que se recusam a investir no oleoduto da África Oriental (EACOP).

A decisão, tomada poucos dias antes da Semana Laudato Si’, ocorre após uma série de compromissos do Movimento Laudato Si’ e de nossos parceiros em todo o mundo. A proximidade da decisão com a Semana Laudato Si’ serve como mais um lembrete do poder do bem no mundo, especialmente quando os católicos se reúnem e defendem a saúde de toda a criação de Deus.

Prince Papa, Gerente de Campanhas na África para o Movimento Laudato Si’, declarou: “A SACE reconheceu o que muitas outras instituições e organizações financeiras perceberam: que o mundo não precisa do EACOP. O EACOP transportaria um petróleo do qual o mundo não precisa. Seria outro projeto de infraestrutura de combustível fóssil que o mundo não pode construir. E seria outro obstáculo nos esforços mundiais para alcançar os ousados ​​e necessários objetivos do Acordo de Paris. Agradecemos à SACE por sua decisão responsável e esperamos o dia em que a instituição financeira final retire seu apoio a este projeto destrutivo, permitindo que a criação de Deus floresça em toda Uganda e Tanzânia.”

A proposta do EACOP é um oleoduto de 1.443 quilômetros que, se construído, seria o mais longo duto de óleo bruto aquecido do mundo. Começaria em Hoima, em Uganda, e terminaria no porto de Tanga, na Tanzânia. Ao longo do caminho, o oleoduto rasgaria e danificaria parques nacionais, florestas, reservas e terras agrícolas, e ele já despejou milhares de pessoas em toda a região.

Conversas e eventos ao longo da Semana Laudato Si’, que começou no domingo e termina no dia 29 de maio, focaram na necessidade de todas as pessoas e instituições tomarem medidas urgentes pela criação de Deus. Na quarta-feira, o professor e autor de renome mundial Jeffrey D. Sachs encabeçou uma conversa dinâmica sobre como as instituições religiosas podem abrir caminho para um futuro mais seguro, inclusive desinvestindo dos combustíveis fósseis.

“A Terra vai ficar cada vez mais perigosa com a continuação do aquecimento. Já temos recordes de ondas de calor, secas, inundações, aumento do nível do mar, novas infestações de doenças, pragas, quebras de safra, com o que temos agora”, disse Sachs.

“Vai ficar desastrosamente pior, a menos que façamos uma mudança decisiva dos nossos sistemas de energia e de uso da terra para deixar de empurrar a Terra para uma temperatura cada vez mais alta. E nós sabemos o que isso implica. Isso implica uma conversão em massa do sistema energético de combustíveis fósseis para energias renováveis, e uma mudança maciça dos nossos sistemas agrícolas, de uma agricultura extensiva baseada na desflorestação, para uma agricultura intensiva de alta produtividade, dentro das áreas que temos agora sem mais desflorestação, e de facto, com reflorestação e recuperação de terras degradadas para capturar mais carbono na cobertura vegetativa e nos solos”.