Dias após o maior anúncio de desinvestimento conjunto por instituições religiosas, líderes religiosos de todo o mundo exortaram todas as instituições a se unirem a eles nessa forma profética de trabalhar contra a crise climática.

Dom Bill Nolan, Bispo Chefe para o Meio Ambiente da Conferência dos Bispos Católicos da Escócia, compartilhou seu caminho rumo ao desinvestimento, comentando, inclusive, as várias desculpas que a Conferência refutou para poder cuidar da nossa casa comum através do desinvestimento dos combustíveis fósseis.

“Pouco a pouco, percebemos que apenas apoiar o status quo como está simplesmente não é o suficiente. Precisamos ir além”, disse Dom Nolan durante o diálogo “COP26, Desinvestimento em Combustíveis Fósseis e uma Transição Justa para Todos”, que aconteceu online na noite de quinta-feira. “Agora é a hora de fazer isso. O momento de tomar a decisão é agora.”

A Conferência dos Bispos Católicos da Escócia foi uma das 72 instituições religiosas dos seis continentes que, com mais de 4,2 bilhões de dólares em ativos conjuntos sob sua gestão, fizeram o compromisso de desinvestimento na terça-feira. 

O anúncio histórico veio poucos dias antes do início da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas em Glasgow, no domingo, e contou com 55 instituições católicas.

Mas todas as instituições religiosas são chamadas a desinvestir “por solidariedade com aqueles na linha de frente das mudanças climáticas, que estão sofrendo com suas consequências e com a degradação ambiental”, disse Rachel Mash, Coordenadora Ambiental da Igreja Anglicana do Sul da África e do grupo Green Anglicans. “Este é um momento kairós na África. A justiça exige uma transição para a energia renovável descentralizada e controlada pelo povo da África.”

O Rev. Hugh Nelson, bispo de St. Germans, na Diocese anglicana de Truro (Reino Unido), disse que sua diocese decidiu desinvestir como forma de valorizar a criação, cortar carbono e divulgar sua posição. Observando que a decisão de desinvestir dos combustíveis fósseis faz sentido financeiramente e não só evangelicamente, o Rev. Nelson disse: “Há, é claro, cada vez menos razões para as igrejas e dioceses não fazerem esse movimento para que, juntos, todos nós, que seguimos Jesus Cristo, possamos valorizar melhor a criação, cortar carbono e falar abertamente sobre nossa posição. Espero que sua jornada nessa direção seja ricamente abençoada.”