Bilhões de pessoas dependem de espécies selvagens para alimentação, remédios, energia e água potável. Elas são especialmente vitais para as pessoas vulneráveis ​​e comunidades indígenas, que dependem delas para sua subsistência, renda e necessidades culturais. 

O mundo natural está desaparecendo em um ritmo sem precedentes. Um milhão de espécies de plantas e animais atualmente enfrentam o processo de extinção, muitas delas dentro de décadas, e 60% das populações de animais selvagens terrestres foram perdidas nos últimos 50 anos. Florestas tropicais em todo o mundo estão sendo desmatadas a uma velocidade de quatro campos de futebol por minuto.

A recém-concluída Quarta Reunião do Grupo de Trabalho Aberto do Quadro Global de Biodiversidade Pós-2020, realizada em Nairóbi em junho, chegou ao final com elementos fundamentais ainda não resolvidos. Os níveis atuais de ambição política em relação às emergências ecológicas que enfrentamos – do clima e da biodiversidade – são inadequados e estão em descompasso com a ciência do clima e da biodiversidade.

À medida que as populações de espécies vivas diminuem e desaparecem dos habitats no mundo todo, há uma diminuição na variedade genética e na biodiversidade viva dentro das espécies, dos ecossistemas e das regiões geográficas. Isso pode ter consequências significativas para os seres humanos, que dependem dos serviços prestados por ecossistemas intactos.

As temperaturas já estão mais altas do que o parâmetro pré-industrial e especialistas afirmam que nos mantermos dentro da meta de 1,5 grau só seria possível com cortes drásticos nas emissões de gases de efeito estufa. 

Isso foi destacado pelo Cardeal Michael Czerny SJ, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que afirmou: “O planeta já está 1,2 graus mais quente, mas todos os dias novos projetos de combustíveis fósseis aceleram nossa corrida em direção ao precipício. Qualquer nova exploração e produção de carvão, petróleo e gás deve parar imediatamente, e a produção existente de combustíveis fósseis deve ser reduzida com urgência até sua eliminação”.

Ele também afirmou que deve haver uma transição justa para os trabalhadores impactados com as mudanças para alternativas ambientalmente saudáveis, conforme declarado na proposta do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis, que é uma grande promessa para o aprimoramento do Acordo de Paris. 

Ecoando o Santo Padre, o Papa Francisco, ele pediu para determos a destruição do meio ambiente. “Em nome de Deus, peço às grandes indústrias extrativas – de mineração, petrolíferas, florestais, imobiliárias, agroalimentares – que parem de destruir florestas, pântanos e montanhas, parem de poluir rios e mares, parem de envenenar alimentos e pessoas.”

Esses sentimentos amplificam a declaração recém publicada pela SECAM demandando ações urgentes para criar uma estrutura global de biodiversidade ambiciosa pós 2020 para todos. 

O Movimento Laudato Si’ tem pedido o fim do colapso da biodiversidade, convidando todos a assinarem a petição Planeta Saudável, Pessoas Saudáveis, ​​e também compartilhando e enviando a carta pelo fim do colapso da biodiversidade à Secretária Executiva da Convenção sobre Biodiversidade.

Antes da 15ª Conferência das Partes (COP15) da Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica (CBD) em Montreal, no Canadá, convidamos a todos – governos, povos indígenas e comunidades locais, organizações ambientais, empresas e outros – a trabalhar juntos e tornar o mundo melhor para todos, enfrentando a crise climática.